A Casa do horror São Carlense...
BACKGROUND: Isso deve ser novidade para muitos, mas eu sou uma pessoa que, infelizmente, ainda faz faculdade. Comecei semestre passado e somente fui lá duas vezes. Uma de carona e a outra eu fui de ônibus, bêbada depois de encher a cara com o pessoal do escritório. Como o boy do escritório (que está na mesma sala que eu) foi comigo, consegui chegar lá e fazer prova...
SEXTA-FEIRA, 26 de agosto, 20:50 da noite: Depois de voltar de viagem, estou decidida a pegar aula. Vou ao ponto de ônibus que não abriga uma alma penada. Pelo que me lembro do boy falando, o ônibus passa 10 pras horas. E eis que passa o ônibus que tanto esperava. Entro e observo que não existem muitos estudantes. Mas quem é o louco que gosta de ir para a última aula de sexta, exceto eu?
O ônibus caminha normalmente, até que, ao invés de entrar na Getúlio Vargas, ele dá a volta e entra em uma outra avenida.
"Da outra vez, eu não me lembro de ter feito este caminho. Acho que eu tava tão bêbada que não estou me lembrando. Tudo bem, logo ele deve voltar para a Getúlio" pensei.
Mas o ônibus não volta.
Encafifada, Questionei ao cobrador se o ônibus passava mesmo em frente a faculdade. Diante do rosto de negação dele, me achava com cara de pastel. Perguntei se o ônibus voltava ao centro. Ele confirmou e fiquei aliviada.
Passeando, começo a ver São Carlos de um outro ângulo. De uma altura, maior que o pontilhão. Sim, eu estava vendo São Carlos de algum lugar muito distante!!!!
Atrás de mim, o cobrador me perguntou se eu era de São Carlos. Quando falei que não, ele apresentou o lugar como "Antenor Garcia", vulgo "Terrorzinho".
Não sabia se queria sair do ônibus em disparada. Não podia fazer isso, senão ia ter carne amarela na brasa. E pior que nem saberia voltar. Sorte que meu lado consciente funciona nessa hora e fiquei quietinha no meu canto.
Quanto mais o ônibus ia andando, o lugar se assemelhava mais com um lugar que eu conheço, mas nunca gostei de conhecer: A periferia da ZL de São Paulo. As pessoas que entravam não eram muito diferente dos manos da ZL. Fiquei com medo. Achei que iriam roubar minhas balinhas, já que dinheiro, eu só tinha pra passagem de volta...
Quando o ônibus chegou na Vila Prado, eu já fiquei beeeem aliviada. Já conhecia o lugar e sabia que estava perto de casa. O Ônibus estava relativamente vazio. Foi quando entrou um cara de 2 metros e meio, porte forte, escuro, com um pano preto na cabeça - como um pirata e uns brincos-argola maiores que os da Dercy Gonçalvez que senta bem ao meu lado. Ele me encara. Mas como sou uma pessoa que já meti medo em trombadinha de metrô em São Paulo, permaneci na minha (embora estivesse mijando nas calças em pensamento).
Já era quase 22:00. O cara não saia do meu lado e faltava pouco para o meu ponto. Já tava pensando em onde me esconder se ele me perseguisse e se era necessário descer em algum lugar mais movimentando para não ser seguida. Para minha sorte, uns dois pontos antes, ele resolveu sentar na frente.
Desci e sai correndo para casa.
Depois dessa, aprendi que decorar ônibus, só sóbria. Porque, trocar "Antenor Garcia" com "Azulville", é muita coisa...
E, se tiver alguém disposto a encarar esta aventura melhor que o carrinho da casa dos horrores do Playcenter:
Linha Antenor Garcia.
Todos os dias 10 pras horas. Preço: R$ 1,70. Maiores de 65 anos com carteirinha não pagam ingresso.
Não recomendado para quem tenha problemas cardíacos, esquizofrênia ou síndrome do pânico.
Desconto especial para estudantes.
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