Um post dedicado a...
Kazumassa Sawada (1910 - 1999).
Meu Jityan por parte de pai, esse homem foi por muito tempo o meu segundo pai.
Lendo nas palavras de Fernando Morais em seu livro "Corações Sujos" sobre os imigrantes japoneses no Brasil durante a segunda guerra, aos poucos vinham imagens das histórias que meu avô costumava contar para mim.
O desejo de voltar à terra do sol nascente, a persistência em não aprender o português, a incrível habilidade de escrever haiku e o coração verdadeiramente japonês. Marcas reinantes em meu Jityan. Traços igualmente comuns entre os imins das colônias japonesas do Noroeste paulista. (bem..nem todos escreviam haikus tão bem como meu avô, vai).
Ele não era nenhum katigumi (time dos que achavam que o Japão ganhou a guerra). Japão perdeu a guerra, mas ele acreditava que o yamatodamashii (espírito japonês) deveria permanecer em nossa família. Ensinou a nós o japonês. Mesmo com pouco dinheiro, queria dar educação aos filhos e aos netos. Passou por grandes dificuldades durante a guerra, principalmente com as baixas de decretos anti-súditos japoneses. Perdeu um grande amor na juventude e ninguém nunca ocupou o lugar dela durante o resto de sua vida. Cuidou de suas 3 crianças sozinho.
Dizem que estamos aqui por causa dos nossos antepassados. E com certeza, grande parte do que estou aqui é por causa do meu avô. Aprendi um pouco do yamatodamashii com ele. Aprendi grandes lições de vida com ele.
Um grande homem como ele, não deveria ter sua vida passada em branco. Como ninguém reconhece o esforço dele durante a vida dele, resolvi deixar aqui o reconhecimento de sua vida. No meu pequeno e simples blog. Agradeço muito a ele o que realmente sou neste momento.
Jityan, hontou ni kansha shite imasu.
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